Abertura do Seminário feita por alunos do Curso de Serviço Social, da Unicastelo
SEMINÁRIO “OS
CRIMES DA DITADURA MILITAR E A COMISSÃO DA VERDADE”
No dia 6 de novembro passado, aconteceu, no CEU Azul
da Cor do Mar, por iniciativa de estudantes do Curso de Serviço Social, da
UNICASTELO, em Itaquera, Seminário que teve como título “Os Crimes da Ditadura
Militar e a Comissão da Verdade”.
Na mesa de discussões, participaram Amelinha Teles, ex-prisioneira
política, integrante da Comissão Estadual da Verdade; o Deputado Estadual
Adriano Diogo, que preside esta Comissão da Verdade, em São Paulo e que também
foi preso e torturado na época do Regime Militar; Yuri Pires, da Oposição de
Esquerda da UNE e o autor destas linhas, Valter de Almeida Costa, representando
o Curso de Pedagogia da Unicastelo, também fortemente representado na discussão
com grande participação de alunos no
Seminário.
Esta última fala tratou das prisões políticas
ocorridas na Zona Leste de São Paulo, onde foi descrito o episódio da prisão do
falecido enfermeiro Geraldo Castro da Silva, e outros militantes do Partido
Comunista Brasileiro, em 1975,
e da morte sob
tortura de um destes ativistas presos junto com Geraldo Castro, o operário
metalúrgico Manoel Fiel Filho. Em nossa fala, tratou-se, ainda, da
sobrevivência dos resquícios deste período autoritário e repressivo na colocação
de coronéis no comando das subprefeituras de São Paulo, com política de
repressão aos trabalhadores ambulantes e de remoção de comunidades mais pobres,
sem o devido reassentamento das famílias despejadas, pela ausência de políticas
de habitação popular em nosso município. Como exemplo do tratamento que
equivale a uma espécie de tortura sobre os mais pobres, foi citado o caso da
Comunidade da Paz, em Itaquera, ameaçada de remoção em decorrência das obras do
Parque Linear Rio Verde.
Em sua fala, Amelinha Teles, que foi presa e
torturada, junto com outros militantes do PC do B, em 1972, falou sobre os
crimes que testemunhou e citou a importância de ter recuperada a história
destes crimes para que a justiça seja feita.
Nesta mesma linha, discorreu o Deputado Estadual
Adriano Diogo que também fez relato das torturas que sofreu e dos crimes que
presenciou quando foi preso pelo Exército, na época em que era militante
estudantil e combatia o regime da ditadura militar. Falou ainda da importância
dos trabalhos da Comissão da Verdade no levantamento de informações do período,
uma vez que muitos familiares dos que foram presos e mortos naquele período
sequer tiveram conhecimento dos locais em que os corpos foram escondidos. São
os “desaparecidos” cujos restos começaram a ser descobertos nos cemitérios
clandestinos criados para sepultar os opositores que foram assassinados naquele
período.
Yuri Pires, representando o Movimento Estudantil,
falou da importância de participação de toda a sociedade, dos trabalhadores e
estudantes, por exemplo, no acompanhamento das investigações.
No Seminário ocorreram ainda outros depoimentos e
falas que mostraram o quanto ainda são importantes estas discussões sobre a
história recente de nosso país.
Prestigiaram ainda o Seminário, o professor Max e a
professa Ana Helena e outros professores e alunos da Unicastelo. Participaram
ainda ex-alunas do Curso de Serviço Social da Unicastelo, como a Michelle e a
Suelen que atualmente colaboram, como voluntários, no apoio às comunidades
ameaçadas de despejo, na região.
Lígia, Lídia e outros militantes do M.L.B. e Associação Olga Benário
Parabéns às alunas e alunos da Unicastelo que organizaram o Seminário, em especial a Camila, a Isabela, a Viviane e o Wellington.
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