Coordenação do Nossa Itaquera na Reunião do Plano de Metas da Zona Leste

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Ativistas do Nossa Itaquera

domingo, 23 de setembro de 2012

REUNIÃO DAS COMUNIDADES INCENDIADAS NA OCUPAÇÃO MAUÁ


 
                     Na parede da Ocupação Mauá a frase: Quem não Luta, Tá Morto

REUNIÃO DAS COMUNIDADES INCENDIADAS NA OCUPAÇÃO MAUÁ

Na tarde deste último sábado, dia 22 de Setembro, foi realizada uma plenária, na Ocupação Mauá, com moradores de Comunidades que sofreram incêndios nos últimos meses. Também estiveram presentes vários coletivos que apóiam a luta dos moradores contra as ameaças que consistem estes incêndios, mais do que suspeitos, que atingem as mesmas áreas que interessam ao Capital ligado à especulação imobiliária. A reunião foi aberta pelo companheiro Dito, da CMP, pela Luna, uma das idealizadoras do Encontro e pelo Nelson Chê, que deu boas vindas em nome dos moradores da Ocupação.
 
                     Sr. Pedro, da Comunidade da Paz, dá entrevista para Jornal "A Verdade"
 
Foram dados informes sobre a resistência da população da Comunidade do Moinho, que além de ter sofrido novo incêndio teve que enfrentar ainda a repressão policial que tentou impedir o retorno das famílias às regiões de suas antigas casas destruídas. Foi discutida uma estratégia de mobilização para pressionar o Legislativo Municipal a desenterrar a CPI dos Incêndios que está caminhando a passos de tartaruga na Câmara, onde a atual Administração possui maioria. Presente no encontro, Gegê, militante histórico do Movimento de Moradia do Centro relembrou que a prática de incêndios criminosos é uma antiga “solução” adotada nesta cidade desde que iniciou no movimento, faz cerca de trinta anos, período em que viu várias comunidades sendo incendiadas, com a população sendo jogada nas ruas. Pelo visto, a prática antiga retornou com mais intensidade. Não tendo sido investido, pelo Poder Público, recursos para garantir habitação popular para os que são obrigados a viver em moradias precárias, os incêndios acabam surgindo como “solução”.
 
 
 
Um dos organizadores do Encontro, o companheiro Dito, da Central dos Movimentos Populares informou sobre a agenda de mobilização até o final do ano dos Comitês Populares da Copa e foi estabelecida uma agenda comum das organizações presentes. Presentes também os moradores da Comunidade da Paz, de Itaquera, o Senhor Pedro e o Cícero que relatou as condições desta comunidade que, além de sofrer a ameaça de remoção, em virtude do Projeto do Parque Linear Rio Verde, também sofreu incêndio que provocou a morte de um morador, após a comunidade ser obrigada a utilizar vela para iluminação das casas, com o corte da ligação elétrica feita pela Eletropaulo. Os moradores desde então, estão se organizando.  Como lembrava a frase pintada na parede da Ocupação Mauá, “Quem não Luta, Ta morto”.
 
 
 
   Gegê e Nelson Chê, na Ocupação Mauá

sábado, 15 de setembro de 2012

A OCUPAÇÃO CULTURAL DO DOLORES E A FEST FINAL NA PRAÇA DO ELEFANTE VERMELHO



 
 
 
A Ocupação Cultural do Dolores e a Festa Final na Praça do Elefante Vermelho

Salve Zona Leste. Este era o refrão cantado pelo povo que lotou a praça ao lado do Metrô Artur Alvin, acompanhando a apresentação do grupo musical Nhocuné Soul. A canção foi uma das composições utilizadas na peça “A Saga do Menino Diamante – Uma Ópera Periférica”, que teve temporada concluída recentemente, após atrair algumas milhares de pessoas da cidade inteira, no espetáculo realizado em terreno no Bairro da Patriarca.
 
 
 
Agora, o mesmo grupo “Dolores” concluía outra “saga”, ocupando por duas semanas, com teatro, música, dança e debates, esta praça distante cerca de quinhentos metros da área em que está sendo construída a arena do Corinthians, para a abertura da Copa de 2014. E nestes últimos dias o povo chegou junto. De diversos cantos da Zona Leste, e mesmo de outras regiões, vieram militantes, artistas, estudantes, trabalhadores identificados com a proposta política e artística deste grupo que deu fortes recados ao programar, para o penúltimo dia, a discussão levada pelos grupos de Guaianases ligados à “Sexta Socialista” que debateram sobre a ação da Ocupação na perspectiva da Cultura. Foi muito legal presenciar a rapaziada de Guaianases, na noite desta última sexta-feira, engrossando a ocupação desta Praça em Artur Alvin, com as ricas discussões que caracterizam estes coletivos.

                              Foto exibida no site do Dolores

Já neste sábado, último dia da Ocupação, a Celebração encerrada pela música do Nhocuné Soul, teve ainda a presença do Unidos do Lona Preta...
 
 
 
 
 
...e a inauguração de um interessante monumento que pode provocar a mudança no nome da Praça. Desconhecemos o nome atual do local, mas para aqueles e aquelas que estiveram nesta ação a Praça foi rebatizada como Praça do Elefante Vermelho. Uma primeira impressão de que o elefante está com a pata levantada,  pelo medo do cerco dos ratos, é afastada com a leitura da placa da obra que associa a imagem do elefante com a do povo que, um dia, pode reconhecer sua força, esmagando os ratos que, hoje, fazem a festa. E para não deixar dúvida desta proposta, ta lá, bem visível, o símbolo que representou, e representa, a união da classe trabalhadora. A velha e querida foice e seu companheiro martelo estão de volta.
 
 
 

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

A OCUPAÇÃO CULTURAL DO COLETIVO DOLORES E O FESTIVAL TEATRO MUTIRÃO





A OCUPAÇÃO CULTURAL  DO COLETIVO DOLORES E O FESTIVAL TEATRO MUTIRÃO


Uma das vantagens de meu trabalho como Supervisor Escolar é que entre uma escola e outra que visito,  como  parte de minhas funções profissionais, vejo, no caminho,  o que acontece nas ruas. Meu posto de trabalho, a Diretoria Regional de Educação de Itaquera, fica perto de Artur Alvin. E como a maior parte das escolas que supervisiono fica localizada no Conjunto José Bonifácio, o  caminho que mais utilizo para chegar nestas escolas é o da Avenida Radial Leste, que pego na altura da Estação de Metrô Artur Alvin. É é lá que desde o dia 1 de setembro tenho acompanhado, nestas passagens com meu carro, a transformação de uma praça em  território de Ocupação Cultural,. Esta Ocupação está sendo realizada pelo Coletivo Dolores. Integra este Coletivo, o Grupo de Teatro “Dolores Boca Aberta Mecatrônica de Artes”, que organizou, no início do mês de agosto, passado, outra temporada da “Saga do Menino Diamante”, em espaço localizado perto da Estação Patriarca, também na Zona Leste.
 

 

E qualquer um que tenha assistido uma das encenações desta peça do “Dolores” não fica indiferente à ação de seus jovens atores. O processo da construção da “Saga”, o resultado, toda a energia das apresentações que atrai centenas de outros jovens da cidade toda, certamente não ficaria nos limites institucionais conhecidos. Para os que estão acostumados com a rebeldia consentida e subvencionada dos grupos que vivem dos projetos oficiais e seus minguados recursos, poderia causar surpresa uma ação, a da Ocupação, cuja radicalidade  melhor corresponde às análises presentes em suas peças. Mas teatro é teatro. E trabalha com símbolos. A escolha do lugar da Ocupação está carregada de símbolos, alguns bem explorados na “Saga do Menino Diamante”. Neste sentido, a proximidade do terreno em que está sendo construído o futuro Estádio do Corinthians, para a Abertura da Copa de 2014, traz muitos elementos para comparações de projetos, políticos, sociais e culturais, bastante distintos.

 

Bom exemplo de polissemia, por dar margem a múltiplos significados, o estádio em construção tanto simboliza o poder do grande Capital e seus vários recursos midiáticos, como também representa a paixão de milhões de torcedores descapitalizados. E além de tudo o que significa os símbolos, a história e, em especial, o cotidiano da maior parte desta torcida, a própria construção, em si, constitui um  poderoso signo do trabalho humano. Aquelas centenas de operários,  num trabalho ininterrupto, impressionam. Os gigantescos guindastes e os tratores abrindo ruas, da noite para o dia. É um espetáculo  que fascina. Em qualquer hora do dia é possível encontrar curiosos com câmaras amadoras e celulares registrando cada fase da construção.

Pois bem, foi ali, perto do futuro grande estádio, que foram colocadas as tendas na Praça ocupada pelo grupo “Dolores”, de Teatro. E como são maravilhosamente atrevidos estes jovens com suas tendas. Passei hoje de carro, quando ia para uma visita de rotina a uma turma de Mova (Movimento de Alfabetização de Adultos), em frente ao acampamento do “Dolores”.  O sol já estava forte e os jovens atores do “Dolores” estavam  lá, em círculo, numa reunião pública, na praça. Não podia, mas tive muita vontade de parar e confraternizar com aquela garotada. Emocionante aquela ocupação. Aqueles jovens sabem muito bem o que estão fazendo e o que representa aquela ação. Estão fazendo história.



Se no espetáculo da “Saga do Menino Diamante – Uma Ópera Periférica”, temos a reflexão sobre vários temas de nossa história, remota e recente, com destaque para o fenômeno atual, e recorrente, da expulsão das comunidades pobres pelas grandes obras viárias (e interesses dos especuladores) , agora, neste pedaço da Zona Leste, várias comunidades estão ameaçadas de “desaparecer”. As questões trazidas pelo “Dolores” são, portanto, bem atuais. Estão bem sintonizadas quanto ao tempo e quanto ao espaço em que atuam. Como diz o refrão de uma das músicas tocadas na peça, “Salve, Zona Leste”.

 

 

Informação Contida no site do Dolores:

 

“O Coletivo Dolores está propondo uma ocupação político – artística numa praça ao lado do metrô Artur Alvin (linha vermelha). Serão 15 dias de ocupação e atividades de formação, apresentações de peças teatrais e apresentações musicais e um trabalho para montar um monumento na praça. Para isso conta com a participação de diversos grupos parceiros que preencherão de bons espetáculos nossas tardes e noite começando dia 1 e terminando no dia 15 de setembro.

domingo, 2 de setembro de 2012

COMUNIDADES UNIDAS DA ZONA LESTE E AS CRIANÇAS DA VILA DA PAZ




COMUNIDADES UNIDAS DA ZONA LESTE E AS CRIANÇAS DA VILA DA PAZ


Neste dia primeiro de Setembro, grupo de Assistentes Sociais, voluntárias, ligadas ao coletivo “Comunidades Unidas da Zona Leste” realizou mutirão na Comunidade da Paz, em Itaquera, para levantar dados sobre as condições em que vivem as famílias da região, em especial as informações relacionadas às crianças, adolescentes e idosos.



Deste público, porém, o que mais chamou atenção, nas entrevistas realizadas, foi mesmo o segmento infantil. Muitas crianças. E muitas sem creche. Constatou-se, também, a existência de crianças e adolescentes que também não conseguiram acessar o ensino fundamental. Para estes casos, mais extremos, foi planejado o encaminhamento que será organizado pelo coletivo “Comunidades Unidas”.
 
                          Visão de parte do Rio Verde

Para realizar o trabalho, com base na estimativa de existência de trezentas famílias na Comunidade, foi definido um número de 30 entrevistas para servir de amostra, nesta fase do diagnóstico. Após a tabulação destas primeiras informações coletadas, deverá ser organizado  um levantamento mais completo. Neste levantamento, participaram as Assistentes Sociais, Tânia (Talita), Michelle, Patrícia e Suelen.

        Suelen, Michelle, Talita,Magna, Sr. Pedro, Jailson e Patrícia

A atividade também foi acompanhada, no início, pelo advogado Paulo Romeiro, ativista dos Movimentos de Moradia, no município, e que foi chamado para ajudar no acompanhamento das ações em andamento na Defensoria e Ministério Público Estadual. Para o trabalho das Assistentes Sociais foi fundamental o apoio das famílias dos moradores, em especial, do Senhor Pedro e Jailson que acolheram, em suas residências, todas as pessoas da equipe. Jailson e a jovem Magna ficaram de organizar o registro das notícias da Comunidade da Paz para fins de publicação e divulgação dos problemas que esta comunidade enfrenta na luta contra a ameaça de remoção e pela garantia dos direitos básicos de saúde e educação, entre outros. Foi um sábado de bastante trabalho.

                                        Equipe planeja tabulação após coleta dos dados