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quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

LENDO "TINHA UM MENINO QUE SAÍA", DE WALT WHITMAN




TINHA UM MENINO QUE SAÍA


Abri o livro mais ou menos ao meio. Não. Um pouco mais da metade. Na página 199, e li o primeiro poema que iniciado nesta página de Folhas de Relva. Tinha adquirido este exemplar da obra de Walt Whitman, pelas mãos do livreiro Daniel, num Sarau. O Sarau do Caos, no Galpão Stúdio. Agora, ao ler este poema, não tenho como não agradecer o livreiro e as demais pessoas deste espaço. Já era tarde na hora em que iniciei a conversa que resultou na compra. Nesta primeira edição do ano, num domingo, a casa fecharia mais cedo. Mas o ambiente estava especialmente encantador. Este livro que folheio agora, começando por este poema, também traz isto, o encantamento. No caso, o encantamento do menino com as coisas do mundo, os lilases, a relva, o trevo da tesourinha....

Pois é, fiquem com o início deste poema. Somente o começo. Se também gostarem, façam a busca:

                                             Walt Whitman (Folhas de Relva. Trad. De Rodrigo Garcia Lopes)

                Tinha um menino que saía todo dia,

              E a primeira coisa que ele olhava e recebia com surpresa ou pena ou amor ou

                 Medo, naquela coisa ele virava,

            E aquela coisa virava parte dele o dia todo ou parte do dia...ou por muitos anos ou

                    Longos ciclos de anos.

 

            Os primeiros lilases viraram parte dele,

            E a relva, e as ipomeias brancas e vermelhas, e o trevo branco e vermelho, e o pio da

                      Tesourinha,

           E os cordeiros de março, e a ninhada rosa tênue da porca, e o potro, e o bezerro, e o

                       Filhote barulhento no curral ou na lama do açude...e os peixes suspensos lá

                       Embaixo de um jeito curioso...e o líquido bonito e esquisito...e os aguapés

                       Com suas cabeças chatas e graciosas...tudo virava parte dele.

 

          E os brotos de abril e maio viravam parte dele...brotos de inverno, do milho

                  Amarelo-claro, das raízes comestíveis do jardim,

         E as macieiras carregadas de flores, e de frutas depois... os morangos silvestres...