Vereadora Juliana Cardoso e Padre Ticão no Abraço ao Terreno da Unifesp na manifestação de 18 de Agosto, em Itaquera
A LUTA PELA UNIFESP NA ZONA LESTE, O
GOSTO DE UMA MULTA E CERTAS IDIOTICES DA MILITÂNCIA
Na última
terça-feira, dia 6 de novembro, cumpri meu dever de cidadão pagando numa
agência bancária de Itaquera uma multa de trânsito justamente aplicada por um
agente da lei.
Normalmente
nestas circunstâncias costumo me recriminar do meu comportamento descuidado de
motorista. Meus amigos e, principalmente, meus irmãos vivem me xingando pelos
descuidos bobos que começam pelo simples uso (ou desuso) do cinto de segurança.
Destes xingamentos o único publicável é o de idiota. Eu mesmo me xingo nestes
momentos.
Nesta
terça-feira fiz justiça ao duro julgamento de meus irmãos, pois além de pagar
uma nova multa, paguei com certa satisfação. Gostei de pagar. A multa era de R$
85,12 mas como paguei com desconto, a quantia caiu para R$ 68,10.
Foi a única
vez que, para mim, o pagamento de uma multa teve certo “gosto” de troféu.
Explico: a multa foi aplicada por ter estacionado o carro em “local/horário
proibido especificamente pela sinalização”. O local, em questão, era a Avenida
Jacu Pêssego, em frente à antiga fábrica Gazarra, onde estávamos, no dia 18 de
agosto último, em centenas de pessoas, nos manifestando no “Abraço ao Terreno
da UNIFESP”. Era mais um dos encontros em que o povo da Zona Leste cobrava do
prefeito de São Paulo a promessa de comprar o terreno para que seja instalado
ali mais uma unidade da Universidade Federal de São Paulo. E hoje, dois dias
após o pagamento da referida multa vi esta notícia na Agência Estadão:
“O prefeito
Gilberto Kassab (PSD) vai pagar em juízo R$ 62,1 milhões para adquirir o
terreno de 175 mil metros quadrados previsto para receber um câmpus da
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em Itaquera, na zona leste de São
Paulo, uma das promessas do prefeito eleito Fernando Haddad (PT).”
Nem terminei de ler a
notícia e já busquei a multa paga que guardarei como um pequeno troféu. Lembro
que no dia, ao ser avisado por amigos de que “o guardinha da CET disse que vai
canetar todos os carros que estão aqui”, respondi qualquer coisa do tipo:
“deixa aquela porra lá”. Uma resposta displicente que me custou uma justa
punição. Mas, daqui a alguns anos, se tiver oportunidade de entrar no futuro
prédio da UNIFESP na Zona Leste, talvez lembre do sabor desta multa que prova a
correção do julgamento de meus irmãos.
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