Capa do livro de Mano Cákis: "Não Temos Muito Tempo"
VINDO DO SARAU DO CAOS NO GALPÃO STUDIO, POIS “NÃO
TEMOS MUITO TEMPO”
“Não temos muito tempo”. Com este poema, que também
dá o título de seu livro divulgado no encontro, que o escritor Claudio Roberto
da Silva, o Mano Cákis, abriu a sessão de leitura do Sarau do Caos, no Galpão Studio, em Ferraz de Vasconcelos.
Mano Cákis foi logo avisando, em sua apresentação,
que não assumia os rótulos de escritor marginal ou periférico. Mas aceitava o
que consta do índice para catálogo de seu livro, publicado em Suzano, em 2011:
Contos e Poesias da Literatura Brasileira.
Cercado de jovens, de todas as idades, o poeta abriu
uma sessão de leitura, deixando o microfone livre para outras manifestações. Foram
várias. Literatura, música e artes no Galpão.
Literatura nas
mesas, arte na parede. E, neste dia, a pintura trazida pelo artista Malagafo
era sobre a tela de skates. Um símbolo bem urbano da garotada das ruas, numa
cidade que expressa bem a realidade dos subúrbios brasileiros.
Obras do artista Malagafo: pinturas em skates
Como assume os organizadores do Sarau, aquele pedaço
de Ferraz de Vasconcelos, próximo à Estação Ferroviária, é mesmo o cenário do
caos. Obras inacabadas. Alguma aparência de desolação que a juventude local,
com seus artistas, revigora, transforma, resignifica.
Curiosamente, na avenida central da cidade, iluminada
e até bonita, o vazio. E no lado mais obscuro, transtornado pelas obras que não
acabadas, os jovens e artistas enchem de vida os espaços do Galpão, com suas
apresentações.
Mas tão interessante quanto as apresentações, é a montagem do cenário. Os produtores
preparando o ambiente.
A música tocada, antes da programação iniciar: o som dos
Racionais. Nosso rap nacional, mas também o rock. Mas também muitos outros
sons. Sons e mensagens. Como a mensagem do escritor Sacolinha, que prefacia o
livro de Mano Cákis, comparando o escritor de Suzano com o poeta Solano
Trindade: “Não apenas por serem negros e tratarem do tema da negritude, mas por
circularem por vários outros temas. Quem acha que Solano escreveu somente sobre
o negro não entendeu a expressão ‘poeta
do povo’. Salve Mano cákis e todos os “poetas do povo”.
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