Coordenação do Nossa Itaquera na Reunião do Plano de Metas da Zona Leste

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Ativistas do Nossa Itaquera

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

VIVA A ARTE MALOQUEIRA E A FORÇA DAS COMUNIDADES UNIDAS




VIVA A ARTE MALOQUEIRA E A FORÇA DAS COMUNIDADES UNIDAS


Neste sábado, dia 11 de Agosto, teve arte no nosso pedaço da cidade. Num canto de Itaquera, na Avenida Caititu, ocorreu o “Arrastão Cultural das Comunidades Unidas da Zona Leste”. Artistas, poetas, músicos, educadores, ativistas sociais de diversas quebradas estiveram, ao longo da tarde e noite, confraternizando com esta comunidade que, entre outras, também sofre a ameaça de remoção por conta do pacote de projetos que integra o “kit Copa de 2014”.

A ameaça sobre a qual não há posicionamento oficial da Prefeitura de São Paulo, quanto a detalhes que interessam aos moradores (cronograma das obras, conseqüentes remoções e alternativas habitacionais para os removidos, principalmente) está relacionada ao projeto de ligação da Avenida Caititu com a Avenida Jacu-Pêssego.

A comunidade vive o terror permanente dos boatos. Frente ao clima de insegurança quanto ao futuro, é muito difícil fazer qualquer plano. As famílias ao sabem onde estarão em 2014 ou no próximo ano. Não há sinais de disposição para o diálogo por parte da Administração Municipal.



OS CORONÉIS E O CLIMA DE TOCAIA


 A sensação, para boa parte dos moradores, que traz na memória as histórias de violências vividas no campo (muitos são migrantes) é de que o silêncio é o mesmo que antecedia as tocaias promovidas pelos jagunços dos coronéis nas lutas pela terra no sertão. Aqui e hoje, em São Paulo, os coronéis são outros. Não são os donos das terras do interior, mas possuem cargos públicos bem remunerados. Possuem a mesma patente, mas a insígnia é da Polícia Militar. E estão no comando das Subprefeituras. Na cidade inteira, o Prefeito colocou os coronéis da Polícia Militar para administrar as subprefeituras. E na Zona Leste não é diferente. Em São Mateus, São Miguel Paulista e Itaquera, quem manda são estes coronéis. Os moradores mais pobres das comunidades ou os trabalhadores do comércio informal, os ambulantes, por exemplo, já conhecem bem o estilo destes comandantes. Não é o do diálogo.





MAS A ARTE DE RUA RESISTE


Mas não é em silêncio que os moradores esperam as decisões oficiais. A população, com todos os problemas, toca a vida, enquanto a tocaia dos jagunços oficiais fecha o cerco (uma das Comunidades ameaçadas de remoção, a da Paz, teve cortada a ligação de energia e suprimento de água nos últimos meses). Com a alegria possível e muita arte. A Avenida Caititu é uma via sempre alegre e bem movimentada. São muitos os estabelecimentos comerciais e é permanente e agitado o trânsito de pedestres e veículos. Muitas pessoas e carros nas ruas. E muito som. É música de ponta a ponta. E, nesta tarde de sábado, tivemos no meio da via, mais um som, o som da “Arte Maloqueira”,  um grupo de jovens, que utiliza o RAP para falar da vida e das lutas das comunidades. Um som forte e guerreiro, cujos sons e movimentos foram reproduzidos pelas dezenas de meninos que encheram a Avenida. Os meninos fizeram a festa mais bonita.

                                                  Valter de Almeida Costa

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