A FEIRA CULTURAL NA EMEF BARTOLOMEU LOURENÇO DE
GUSMÃO
Na manhã do dia 22 de outubro, uma terça-feira, visitei
a Feira Cultural da EMEF Bartolomeu
Lourenço de Gusmão. Na semana anterior tinha
encontrado um grupo de alunos e professores desta escola que
participavam, tendo a frente a própria diretora da Unidade, a professora
Rosália Aparecida de Oliveira, do
Projeto “Aula a Céu Aberto: Itaquera, a Copa Começa Aqui”, na área da
construção do Estádio do Corinthians. No meio da conversa com estes alunos sobre
as impressões causadas pela visita, uma aluna, fez o convite para que fosse à Feira da Escola. Entendi o convite como uma
convocação.
Já chegando na Escola, subindo a rua para o acesso
principal, vislumbrei a torre de bela igreja situada próxima. Não conheço o nome da
Igreja, mas sua imagem sempre
impressiona. Pois bem, tinha chegado ao templo. Entrei naquela escola, descendo
a escada que dá acesso à secretaria, com uma reverência quase religiosa. Era
como se retornasse à escola de minha própria infância. Tirei uma foto de sua
placa, a primeira de muitas.
O CUIDADO COM OS ALUNOS
No primeiro corredor, uma aluna que passara mal era
atendida pelos assistentes. Era uma garota do último ano. Foi colocada numa
cadeira e suas pernas foram estendidas sobre outra. A assistente conversava com
a aluna e orientava sobre como deveria respirar. Uma sua colega estava ao seu
lado também. Muito carinhosas. A aluna foi se acalmando. Estava em boas mãos. Mais
tarde, numa das salas em que ocorriam as apresentações, reencontrei a garota,
recuperada, alegre e integrada às atividades de sua turma.
O TRABALHO COM A RECICLAGEM
Acompanhado pela diretora fui visitando as salas. Os
corredores também estavam ornados com produções dos alunos, mas dentro das
salas tínhamos uma coisa fundamental, a monitoria dos alunos que explicavam
sobre seus trabalhos. Numa das salas, por exemplo, os alunos apresentaram os
trabalhos feitos com material reciclado. Nesta sala, algumas mães tinham
opiniões divididas sobre os objetos mais bonitos e criativos. Na dúvida ia
fotografando tudo que achava bonito. Os palhaços, os coelhos e o pingüim,
preferido por um dos alunos visitantes.
Num outro ambiente, uma atenciosa aluna monitora explicou sobre o
material produzido com base na temática da desertificação. Árvores secas
ornamentavam a sala. Fotos de desertos. Máscaras simbolizando a desumanização
provocada pela seca. E o assunto da fome.
ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E AS MANDALAS
O tema da alimentação foi tratado de forma criativa. Usando o recurso das mandalas. Numa mesa, foram organizadas, lado a lado, mandalas com tipos distintos de alimentos. Uma mandala com os alimentos apenas gostosos (salgadinhos industrializados); a mandala do alimento essencial; a mandala do alimento que é essencial e gostoso.
BRINCADEIRAS, JOGOS E A PRESENÇA DA MATEMÁTICA
Em outra sala, a dos jogos e brinquedos, quase não
consegui sair. Muito divertido. E variado. Muitas opções. Não consegui decorar
o nome de nenhum dos jogos. As crianças bem que tentaram me ensinar. Fiz várias
tentativas de acertar uma bola num jogo de pontaria, sem nenhum sucesso. Não
acertei nenhuma das bolas arremessadas. Outro jogo legal, era um em que as
crianças iam colocando pés e mãos em círculos conforme o comando que gerava
problemas complicados. A criança tinha que fazer certo malabarismo para não
perder o equilíbrio. A idéia é trabalhar o que os professores de educação
física chamam de lateralidade, mas o resultado mais imediato é dar muita risada
com os “nós” criados nos movimentos deste jogo. Nesta sala, várias brincadeiras
exigiam operações matemáticas.
Em um deles, uma pequena aluna, fez alguns cálculos
com a soma dos números de minha data de nascimento e fiquei sabendo que tenho
como aspectos positivos a sabedoria, a tranqüilidade, o poder da análise, a
meticulosidade, mas fiquei assustado com meus aspectos negativos apontados
naquela brincadeira da numerologia: desligamento, melancolia, crítico em
excesso, auto-destrutivo. Manifestei minha preocupação com este resultado para
uma professora que acabou também achando engraçado. Mas o melhor mesmo era ver a
pequena aluna monitora deste jogo, fazendo seus cálculos antes de dar os
preocupantes resultados. Na dúvida, em sem o recurso da calculadora, a aluninha
ia conferindo a contagem com as pontas dos dedos.
AS EXPERIÊNCIAS CIENTÍFICAS, VULCÃO, BARCOS E ROBÔS
Numa outra sala, as experiências científicas. O
vulcão. O barquinho à vapor. Um gerador de energia. A parte que equivalia a um museu natural,
com os insetos produzidos com material reciclado. E um aluno, muito didático,
explicando o funcionamento de um robô guindaste.
O TEATRO COM TEXTO DE CLARICE LISPECTOR
E também teve a sala das apresentações de teatro.
Nesta reencontrei a aluna que tinha me convidado para visitar a feira,
interpretando o texto “Felicidade Clandestina”, de Clarice Lispector. O texto é
saboroso e a apresentação da aluna foi maravilhosa. Muito legal também foi a
interpretação da menina má que não queria emprestar o livro de Monteiro Lobato.
Ficou ótima como pequena vilã. Em seguida, nesta sala, teve a apresentação de
textos produzidos com falas de moradores de rua, tratando de vários assuntos,
drogas, abandono, violência.
LITERATURA, LEITURA E ESCRITA
Teve também uma cesta com os títulos de livros.
Marcadores de páginas, estilizados, entre eles um com a figura simpática do
velho Chaplin. E nesta sala, um canto da literatura de terror. Bem caracterizada.
Tudo convidava à leitura.
Numa sala, a produção de crianças dos primeiros anos.
Uma preciosidade. Vários cadernos com as escritas dos alunos. Nestes, chamava
atenção as biografias. As crianças contavam sobre o que elas gostavam: seus
pais, irmãos e até os primos, além das pipocas, é claro. Emocionante a leitura
destes registros infantis.
OS VALORES DAS CIVILIZAÇÕES AFRICANAS
Por fim, preciso falar da experiência e conhecimentos
que adquiri na sala dedicada à Cultura e História da África. Cada nação
africana mereceu uma pesquisa. Textos e fotos dos vários países africanos. Suas
vestimentas. Vídeos. Tudo explicado pelos alunos. E uma coisa muito legal, que
me encantou, os símbolos Adinkra. Ganhei um de presente dos alunos, o ABAN,
símbolo da Fortaleza, Assento de Poder e Autoridade. Uma sala linda. Um
trabalho meticuloso feito pelos alunos. Parabéns, professores desta escola.
Fiquei mesmo encantado.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEu como aluna da 6ª série A da escola Bartolomeu Lourenço de Gusmão, me encantei bastante com a Feira Cultural.
ResponderExcluirEu que interpretei o texto da Clarice Lispector, eu era a Clarice, me emocionei muito com o texto..
Obrigada por ter aceito o nosso convite para ir a Feira Cultural...
Bianca Anacleto. Eu que agradeço o privilégio de ter contato com todos aqueles trabalhos realizados pelos alunos e professores de sua escola. Parabéns.
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