REUNIÃO DAS
COMUNIDADES INCENDIADAS NA OCUPAÇÃO MAUÁ
Na tarde deste
último sábado, dia 22 de Setembro, foi realizada uma plenária, na Ocupação
Mauá, com moradores de Comunidades que sofreram incêndios nos últimos meses.
Também estiveram presentes vários coletivos que apóiam a luta dos moradores
contra as ameaças que consistem estes incêndios, mais do que suspeitos, que
atingem as mesmas áreas que interessam ao Capital ligado à especulação
imobiliária. A reunião foi aberta pelo companheiro Dito, da CMP, pela Luna, uma das idealizadoras do Encontro e pelo Nelson Chê, que deu boas vindas em nome dos moradores da Ocupação.
Sr. Pedro, da Comunidade da Paz, dá entrevista para Jornal "A Verdade"
Foram dados informes sobre a resistência da população da
Comunidade do Moinho, que além de ter sofrido novo incêndio teve que enfrentar
ainda a repressão policial que tentou impedir o retorno das famílias às regiões
de suas antigas casas destruídas. Foi discutida uma estratégia de mobilização
para pressionar o Legislativo Municipal a desenterrar a CPI dos Incêndios que
está caminhando a passos de tartaruga na Câmara, onde a atual Administração
possui maioria. Presente no encontro, Gegê, militante histórico do Movimento de
Moradia do Centro relembrou que a prática de incêndios criminosos é uma antiga
“solução” adotada nesta cidade desde que iniciou no movimento, faz cerca de
trinta anos, período em que viu várias comunidades sendo incendiadas, com a
população sendo jogada nas ruas. Pelo visto, a prática antiga retornou com mais
intensidade. Não tendo sido investido, pelo Poder Público, recursos para
garantir habitação popular para os que são obrigados a viver em moradias
precárias, os incêndios acabam surgindo como “solução”.
Um dos organizadores do
Encontro, o companheiro Dito, da Central dos Movimentos Populares informou
sobre a agenda de mobilização até o final do ano dos Comitês Populares da Copa
e foi estabelecida uma agenda comum das organizações presentes. Presentes
também os moradores da Comunidade da Paz, de Itaquera, o Senhor Pedro e o
Cícero que relatou as condições desta comunidade que, além de sofrer a ameaça
de remoção, em virtude do Projeto do Parque Linear Rio Verde, também sofreu
incêndio que provocou a morte de um morador, após a comunidade ser obrigada a
utilizar vela para iluminação das casas, com o corte da ligação elétrica feita
pela Eletropaulo. Os moradores desde então, estão se organizando. Como lembrava a
frase pintada na parede da Ocupação Mauá, “Quem não Luta, Ta morto”.
Gegê e Nelson Chê, na Ocupação Mauá