Coordenação do Nossa Itaquera na Reunião do Plano de Metas da Zona Leste

Coordenação do Nossa Itaquera na Reunião do Plano de Metas da Zona Leste
Ativistas do Nossa Itaquera

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

MOVIMENTO PELA UNIFESP NA ZONA LESTE FAZ REUNIÃO PARA PLANEJAR AÇÕES



                             Professora Soraya Smaili, reitora da UNIFESP


MOVIMENTO PELA UNIFESP NA ZONA LESTE PLANEJA PRÓXIMAS AÇÕES


Nesta última terça-feira, dia 22 de Janeiro, o Movimento pela UNIFESP na Zona Leste fez nova reunião no Salão da Paróquia São Francisco de Assis, em Ermelino Matarazzo, para tratar das ações deste início de ano.

Antes deste encontro principal iniciar, às 20 horas, uma das Comissões de Extensão, criadas pelo Movimento, esteve reunida, desde as 18 horas, para tratar da questão específica da Luta pelo Observatório de Memória e Políticas Públicas da Zona Leste.





Nesta reunião participaram, entre outros, o ativista Jorge Macedo, do Nossa Itaquera, os professores Cleber Santos Vieira e Janes Jorge, da UNIFESP Guarulhos, Claudio Moro, da EMEF Januário Mantelli Netto, Celina Simões e José Roberto, da Escola da Cidadania, o Assistente Social José Batista e o ativista cultural Tião Soares. Naturalmente, além destes companheiros, participou ainda, coordenando o encontro, Padre Tição que também coordenou a reunião seguinte, geral do Movimento pela UNIFESP.

Nesta reunião prévia da Comissão Pró-Observatório foram aprovadas as propostas que seriam entregues, em seguida, para a nova reitora da UNIFESP, professora Soraya:

1 – A imediata criação, no terreno da UNIFESP, na Av. Jacu Pêssego, da área da antiga Fábrica Gazarra, do Observatório da Memória e Políticas Públicas da Zona Leste, como primeira presença física da instituição naquele espaço. E a data indicada para sua inauguração era o próximo Dia Primeiro de Maio, Dia Internacional dos Trabalhadores, para marcar o caráter popular que queremos para esta Universidade criada num território com histórico de fortes lutas sociais.

2 - A reiteração da  proposta já contida como estratégia no Pré-projeto de Constituição do Observatório de Políticas Públicas  para a constituição de uma  Comissão Interdisciplinar, com representantes de todos os cursos existentes na UNIFESP, que seja interlocutora desta instituição nas conversas com nossa Comissão Pró-Observatório de Políticas Públicas articulada por este Fórum e outros movimentos da região. Que esta Comissão mista trabalhe mesmo em conjunto, com um calendário de reuniões, definição de objetivos, pautas, metas, cronogramas. E que seja uma Comissão Mista (UNIFESP/Sociedade Civil (representantes dos Fóruns e Movimentos interessados) OFICIALIZADA, RECONHECIDA FORMALMENTE PELA UNIFESP. Foi indicado o mês de março como ideal para a oficialização e publicação da composição desta Comissão.

3 – Reunião entre a Pró-Reitoria de Extensão Universitária e a Comissão do Observatório de Memória e Políticas Públicas da Zona Leste, para tratar dos projetos, em andamento e futuros.

4 – Apoio da Pró-Reitoria de Extensão para que a Comissão Pró-Observatório desenvolva cursos de extensão e seminário que tratem deste tema do Observatório. Foi indicado o mês de abril para a realização do primeiro seminário.



Estas propostas foram apresentadas logo em seguida para a Plenária do Movimento pela UNIFESP e para a Professora Soraya que compareceu com sua equipe.




Nesta plenária, as outras comissões do Movimento também fizeram suas propostas sendo que uma delas, a Comissão dos Cursos, sugeriu a realização de um Seminário, no dia 6 de abril, para o qual seria convidado o Ministro da Educação. Aprovou-se a realização, neste Seminário, de uma segunda mesa que discutiria a questão específica do Observatório. O local indicado para esta reunião foi a Igreja do Carmo, em Itaquera, na Paróquia do Padre Paulo Sérgio Bezerra.

E como merecido presente para este Movimento que luta faz cerca de quatro anos para a vinda da UNIFESP para nossa Zona Leste, teremos neste dia 25 de Janeiro, Aniversário de São Paulo, a vinda da Presidente Dilma em Itaquera, em ato que será aproveitada a inauguração de unidades do Programa Habitacional Minha Casa Minha Vida, para o anúncio, pelo Prefeito Haddad, da entrega do terreno indicado pelo Movimento para a UNIFESP construir esta nova unidade na nossa região. Um presente para São Paulo e para a Zona Leste, em especial.

sábado, 5 de janeiro de 2013

CONVERSANDO SOBRE ITAQUERA





CONVERSANDO SOBRE ITAQUERA


Tenho hábito, um pouco brincalhão, de definir os assuntos itaquerenses como provincianos. É mais uma brincadeira comigo mesmo, que moro e trabalho em Itaquera, mas talvez já seja inadequado tratar como província uma região, a que é definida administrativamente como “subprefeitura” de Itaquera, que é habitada por mais de meio milhão de pessoas. Adequado ou não, quero falar de minha província, que foi assunto também de conversas que tive ontem e hoje com pessoas muito distintas. Na sexta, com um arquiteto. Neste sábado, com um amigo ambulante.

O TEMA DO PARQUE LINEAR RIO VERDE

Ontem, no final da tarde, conversei sobre Itaquera com o arquiteto Luiz Cutait. A conversa foi uma sugestão de meu amigo, o Deputado Estadual Adriano Diogo. E o assunto principal era o Parque Linear Rio Verde Jacu. Por esta razão, a conversa foi realizada no próprio parque, projetado por este arquiteto (embora as Administrações Serra/Kassab não tenham dado o devido crédito ao autor, o que, por sua vez, deu origem à ação judicial).

Estacionei o carro no lugar de sempre, que uso quando me dirijo às reuniões na Comunidade da Paz, localizada ao lado, e atravessei as áreas dos brinquedos, quadras e marquise até o espaço onde o arquiteto me mostrou o projeto que está exposto numa parte da área coberta.

Aquele mesmo projeto que debatemos, nos últimos anos, com centenas de moradores assustados com os destinos de suas casas. Mas o arquiteto não sabia disto, até aquele momento.


A LUTA PELO DIREITO À MORADIA

 
Descrevi então, o histórico de lutas que os moradores estão travando para ter o conhecimento detalhado, não apenas do cronograma de obras, os prazos, mas, principalmente, das alternativas habitacionais que estariam sendo providenciadas pela Prefeitura de São Paulo, através de sua Secretaria de Habitação. Falei sobre as tentativas frustradas de ter informações da Subprefeitura de Itaquera e da Secretaria de Habitação, onde sequer conseguimos ser recebidos na administração passada. Descrevi o processo da unificação das comunidades ameaçadas de remoção, iniciado no Encontro das Comunidades pelo Direito à Moradia, realizado em setembro de 2011, com quatrocentos moradores das favelas da Paz, Miguel Inácio Cury, Francisco Munhoz, Três Cocos, Lavios, Pedreira, Pacarana, Zorrilho, Caetitu, etc) onde obtivemos apoio do Núcleo de Habitação e Urbanismo da Defensoria Pública do Estado de São Paulo. Falei que somente com a mediação da Defensoria Pública, tivemos acesso, em abril de 2012, ao projeto do Parque Linear, da Secretaria do Verde e Meio Ambiente, com os respectivos cronograma, que confirmava a próxima remoção destas moradias. Relatei também sobre o outro Encontro das Comunidades, realizado também em abril de 2012, desta vez com o Ministério Público que iniciou o acompanhamento do processo, intensificado após os casos de incêndios, e morte, que a comunidade atribui ao fato da energia elétrica não ser regularizada pela Eletropaulo.

 
OUTROS TEMAS IMPORTANTES NA REGIÃO E OS “SUJEITOS COLETIVOS” QUE ATUAM NA ÁREA

 
Tratamos, ainda, de outros temas relacionados à Itaquera, como a luta pela UNIFESP, a  urbanização da área central, a questão do abastecimento, do Parque Industrial, da Operação Urbana Rio Verde Jacu e tudo o mais. Por fim, relatei que todas estas discussões já estão sendo feitas por várias organizações, o Fórum para o Desenvolvimento da Zona Leste, o Movimento Nossa Itaquera e o coletivo “Comunidades Unidas da Zona Leste”, me comprometendo a passar a agenda de reuniões destes coletivos, caso tivesse interesse em acompanhar. Informei ainda que algumas outras organizações já estão colaborando, principalmente na questão da defesa dos direitos dos moradores das comunidades, como a Peabiru T.C.A e o Instituto Polis. E que muitos outros coletivos eram solidários aos moradores, alunos de Universidades (USP, PUC e Unicastelo) e artistas de grupos culturais locais (Dolores Boca Aberta, Grupo de Teatro Parlendas, Instituto Pombas Urbanas, Arte Maloqueira, etc).

 
AS CRIANÇAS DA VILA DA PAZ


Não pudemos conversar mais,  pois estávamos com pressa devido a outros compromissos, mas ficou a disposição de trocar informações. Na saída, indo em direção ao carro estacionado próximo à entrada da Comunidade da Paz, fui reconhecido pelas crianças que acompanham suas mães nas várias reuniões realizadas nos últimos anos.  O reconhecimento daquelas crianças contentou meu coração de professor. Elas estão aproveitando bastante a área já construída do Parque mas seus olhos não disfarçam a mesma inquietação dos pais quando o tema é o futuro daquelas casas. Aquelas crianças também sabem sobre mais este risco que correm ( se não bastassem todos os outros).

 
A CONVERSA COM O AMIGO AMBULANTE E O TEMA DA RELIGIÃO

 
Hoje, na hora do almoço, por encontro casual, continuei a conversa sobre Itaquera. Desta vez com um antigo conhecido, que trabalhava como vendedor ambulante, antes de sofrer a repressão da subprefeitura comandada pelos coronéis. Este conhecido é um homem que demonstra grande sabedoria. É uma pessoa politizada. Muito culto,  mas muito simples. De simplicidade franciscana. Andando de sandálias de couro pelo centro de Itaquera, parece um religioso fransciscano. E falamos sobre religião. Ou melhor, sobre um religioso. O amigo ambulante lembrou que o Padre Paulo Sérgio Beserra foi o único que ficou ao lado dos ambulantes quando estes foram perseguidos pela Administração do Kassab. Concordamos neste ponto. Os poderosos de ocasião, coronéis e autoridades de vários títulos e patentes, passam por Itaquera, mas tudo o que fazem, seus  feitos e desfeitos, não passam despercebidos. As coisas boas e más que realizam ficam na memória do povo. Na memória das  crianças, as que portam sorriso ou olhar triste, e dos mais velhos que resistem portando   esperanças religiosas ou laicas.